DOR LOMBAR

 

Dor lombar é uma das causas mais comuns de distúrbios musculoesqueléticos relacionados ao trabalho

Estima-se que até 80% da população em geral sofrerá algum problema na coluna em algum momento de suas vidas

Os efeitos da dor lombar em termos de qualidade de vida, produtividade e absenteísmo dos trabalhadores são enormes.

Dor lombar causa perdas em número de dias de trabalho que causam carga econômica significativa para os indivíduos, suas famílias e a sociedade.

COMO AVALIAR?

O processo diagnóstico consiste em anamnese, exame físico, e se necessário, exames de imagem.

O objetivo da anamnese é encontrar dados que informem o prognóstico do paciente e se ele pertence a um subgrupo que justifique uma estratégia de tratamento específica.

Além disso, também é importante identificar a presença das chamadas “bandeiras vermelhas” (patologias graves que necessitam de encaminhamento para outros profissionais) e “bandeiras amarelas” (elementos psicossociais que podem interferir na terapêutica do paciente).

Exemplos de “bandeira vermelha”:

• Dor torácica

• Déficit neurológico generalizado

• Fraqueza dos membros inferiores

• Idade <20 ou> 55 anos

• Perda de peso

• Restrição severa persistente da flexão lombar

• Dor progressiva e não mecânica constante

• Dor noturna

• Tosse/espirro positivo

• História anterior de câncer

• História recente de trauma

Exemplos de “bandeira amarela”:

  • Crenças negativas sobre a dor: indicação de lesão como incontrolável ou com probabilidade de piorar, expectativas de mau resultado do tratamento, atraso no retorno ao trabalho
  • Respostas emocionais: aflição que não atende aos critérios para o diagnóstico de transtorno mental, preocupações, medos, ansiedade
  • Comportamento da dor (incluindo estratégias de enfrentamento da dor): evitar atividades devido a expectativas de dor e possível reincidência
  • Dependência excessiva de tratamentos passivos (bolsas quentes, compressas frias, analgésicos)

O exame físico pode consistir em inspeção, palpação, mensuração da ADM, mensuração da força muscular, testes específicos e/ou funcionais, avaliação neurodinâmica e testes neurológicos.

COMO TRATAR?

A maioria das diretrizes recomenda uma combinação de educação em dor, exercícios e terapia manual como os tratamentos preferenciais baseados em evidências.

As atividades educativas podem incluir: tranquilizar o paciente, encorajá-lo a evitar repouso e se manter ativo e educar sobre o autocuidado, exercícios e estratégias de enfrentamento.

As intervenções baseadas em exercícios variam amplamente, incluindo exercícios aquáticos ou em solo, com diferentes enfoques: reforço muscular, resistência, mobilidade ou capacidade cardiovascular.

A terapia manual inclui mobilizações e manipulações articulares, bem como abordagens direcionadas aos tecidos moles.

REFERÊNCIAS

Kehinde J. Awosan, Semen S. Yikawe, Oche M. Oche and Muhammad Oboirien. Prevalence, perception and correlates of low back pain among healthcare workers in tertiary health institutions in Sokoto, Nigeria. Ghana Med J 2017; 51(4): 164-174.

Francisco Xavier de Araújo, Carolina G. Rosa, Roberto C. Krug. Tratamento Fisioterapêutico nas Lesões da Coluna Vertebral. In: Barbosa, Rafael Inácio; Silva, Marcelo Faria (editores). Fisioterapia Traumato-ortopédica. Editora Artmed. 2021

George SZ, Fritz JM, Silfies SP, Schneider MJ, Beneciuk JM, Lentz TA, Gilliam JR, Hendren S, Norman KS. Interventions for the Management of Acute and Chronic Low Back Pain: Revision 2021. J Orthop Sports Phys Ther. 2021 Nov;51(11):CPG1-CPG60. doi: 10.2519/jospt.2021.0304.

Autora FLÁVIA PESSONI FALEIROS MACÊDO RICCI.